Verdades e mitos sobre a cirurgia robótica

Dois símbolos de certo e errado, para falar sobre as verdades e mitos sobre a cirurgia robótica

Após entrevistar muitos homens ouvimos afirmações vagas sobre a cirurgia robótica da próstata, algumas esperançadoras, outras assustadoras. Por um lado, a ideia de “robô” no centro cirúrgico soa futurista e revolucionária. Por outro, surgem dúvidas: a cirurgia robótica é só marketing? É mais cara, portanto inacessível? Essas perguntas merecem resposta. Quando se trata de mitos sobre a cirurgia robótica, separar o que é verdade do que é exagero torna-se essencial para tomar uma decisão com segurança.

Este texto vai apresentar os principais desses mitos e mostrar qual é a realidade embasada em evidências científicas. Você encontrará informações sobre os acessos, os riscos, a recuperação, os custos e, principalmente, o que realmente acontece quando a tecnologia entra em jogo. Por fim, vai entender como avaliar se essa opção pode fazer sentido no seu caso e como dar o próximo passo.

Mitos sobre a cirurgia robótica: separando fato de ficção

Entre os mitos sobre a cirurgia robótica, começa com a ideia de que o “robô opera sozinho”. Ao contrário, o cirurgião comanda o instrumento, controla os movimentos e toma as decisões em tempo real. A máquina amplia a precisão, mas não substitui o profissional. Em relatório da Conitec, aponta-se que a cirurgia robótica permite superar barreiras técnicas, com menor curva de aprendizado e melhores resultados funcionais.

Também circula o mito de que “qualquer um pode oferecer cirurgia robótica”. Na prática, a equipe exige treinamento especializado, infraestrutura e volume de procedimentos para garantir segurança. A tecnologia, por si só, não garante qualidade automática. Há ainda o mito de que “tudo é mais caro e não vale a pena”. Sim, o custo é maior inicialmente. No entanto, um estudo brasileiro com 205 pacientes demonstrou que a cirurgia robótica teve melhores resultados com menos complicações de incontinência e disfunção erétil, e custo-efetividade favorável a médio prazo.

A seguir, vamos ver como alguns aspectos técnicos que variam entre os centros e como esses fatores influenciam na recuperação, derrubando mais crenças equivocadas.

A recuperação pós-operatória

Um dos mitos sobre a cirurgia robótica mais comuns é acreditar que “a recuperação é instantânea, volta pra casa no mesmo dia”. Embora a fase de recuperação seja geralmente mais rápida comparada à cirurgia aberta tradicional, cada caso tem variáveis. Internação reduzida, meno­r sangramento e menor necessidade de sonda são reais benefícios. Outro mito: “não há risco de complicações”. Ainda que o risco seja menor, a cirurgia robótica não elimina totalmente as complicações. O cuidado no pós-operatório e o acompanhamento contínuo permanecem essenciais.

Há também a crença de que “robô sempre significa função sexual preservada”. Na verdade, a preservação depende da extensão da doença, por exemplo, da técnica aplicada e das estruturas envolvidas. Isso não quer dizer que o robô não ajude — pelo contrário — mas exige entendimento realista. Dados brasileiros mostraram que 86,7% dos homens mantiveram a função sexual quando selecionados em protocolo adequado.

Como lidar com os mitos sobre a cirurgia robótica e tomar a decisão

Portanto, para quem está avaliando a cirurgia robótica, seja para câncer de próstata ou aumento prostático, é essencial distinguir os mitos sobre a cirurgia robótica da realidade. Pergunte sobre a experiência da equipe, por exemplo, sobre o volume de casos, taxas de continência e função sexual no centro em questão. Verifique, além disso, se há suporte para complicações e como será o acompanhamento pós-operatório.

Se surgirem dúvidas como “é mais caro então não vale”, “o robô vai operar sozinho” ou “já vou sair andando amanhã”, veja que muitos desses mitos se desmontam com informação. E agora você sabe: o que faz diferença não é somente o robô, mas a aplicação criteriosa dessa técnica em ambiente preparado.

Se, ao fim da leitura, você reconhece impactos no seu cotidiano, sejam sintomas prostáticos ou medo da cirurgia, o compromisso agora é buscar avaliação. Ou seja, marque uma consulta com um urologista experiente em cirurgia robótica, pergunte sobre essa técnica, tire dúvidas e conheça sua indicação. Não deixe que mitos sobre a cirurgia robótica retardem uma decisão que pode melhorar sua qualidade de vida. A verdade, como vimos, exige informação. E a melhor ação? Agir com clareza, embasamento e acompanhamento certo.